domingo, 14 de agosto de 2011

Terapias Complementares auxiliam no tratamento de pacientes com Câncer



                                                                                                              Reportagem de Thaila Frade

Paula Angelo em ação

“O câncer foi a melhor coisa que me aconteceu, pois depois dele eu aprendi a ser mais saudável e a perceber que a vida é completamente diferente do que eu pensava”, resume a professora universitária Geórgia Gomes Vicente, 45, em tratamento de manutenção de um câncer de mama.
Assim como ela, o câncer foi um “divisor de águas” para muitos outros pacientes que se submetem ao modelo de medicina complementar proposto pelo Centro Oncológico de Niterói, em São Francisco. As terapias complementares nada mais são do que atividades baseadas em métodos terapêuticos seguros, humanizados, focadas no bem-estar e qualidade de vida do paciente. Com grupos de apoio, nutricionista, psicólogo e atividades recreativas como dança de salão e a recém-criada turma de ioga, os médicos apostam na visão holística para o tratamento e estimulam seus alunos a praticarem atividades e participarem de grupos de apoio existentes no espaço.
“Muitas pessoas acham que por estarem com câncer precisam se privar de suas atividades. Não é o que desejamos, queremos que eles, durante o tratamento, ganhem a qualidade de vida e sintam-se melhores com eles mesmos”, observa a oncologista Mônica Klemz.
Na clínica, dois grupos de terapia são oferecidos aos pacientes sem custos extras. Lá recebem apoio psicológico através de atividades voltadas para as artes e literatura, os chamados grupos de cognição, onde o imaginário e o bem-estar psicológico ganham atenção em encontros semanais com duas horas de duração. Já o grupo de apoio nutricional surgiu após um estudo clínico realizado por médicos dinamarqueses em que ficou comprovado que pacientes com câncer de mama com IMC (índice de massa corporal) acima de 25 possuem mais chances de reincidência da doença.
“A gente vê uma mudança visível no comportamento dos pacientes que passam a frequentar os grupos. Muitos chegam sem aceitar a doença por estarem ainda presos às associações negativas que o câncer tinha no passado. Após um tempo, já fazem amizades, compartilham eventos sociais e trazem a família para conhecer outros pacientes. A experiência de grupo torna-se rica, pois eles, ao compartilharem as aflições e alegrias, trocam experiências e não se isolam, o que é frequente em muitos pacientes”, explica a psicóloga Paula Ângelo, 40 anos.
Além das atividades nos grupos semanais, constantemente ocorrem eventos na sala de quimioterapia, como bingos e exibições de filmes, a fim de entreter os pacientes que se submetem às longas jornadas para o recebimento de medicamentos. Assim como as festas periódicas que acontecem no pátio interno da clínica, como a edição julina realizada recentemente.
“Onde as pessoas acreditam que elas mais reclamam, é onde menos falam da doença. Tornar esse espaço mais agradável é uma forma dos pacientes passarem o tempo de forma mais proveitosa. Eles trocam impressões entre eles e se ajudam durante o processo da quimioterapia, de forma que isso torne-se positivo e mostre que durante o tratamento podem, sim, ter bons momentos”, avalia Mônica.
Ioga traz benefícios
Em recente estudo apresentado durante o Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, o destaque no uso de medicina complementar ficou com a ioga. Pesquisadores do MD Anderson Cancer Center – uma das principais instituições do mundo para o tratamento da doença – apresentaram um trabalho no qual relatam que a prática da atividade ajuda a tratar o câncer.
No estudo, realizado com portadoras de tumor de mama submetidas a sessões de radioterapia, ficou comprovado que o método, além de reduzir os níveis de cortisol (hormônio liberado em situações de estresse), melhora o funcionamento do corpo em geral. Entre outros ganhos, as participantes demonstraram maior capacidade de execução de tarefas cotidianas, mas difíceis de serem efetuadas por causa da doença, como subir escadas ou dar uma volta no quarteirão. Também sentiram menos cansaço, dormiam melhor e ainda encontraram uma forma menos doída de lidar com seu drama particular.

O FLUMINENSE

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