domingo, 21 de julho de 2013

ME CHAMO MARIA HELENA AUTO - uma história de vida


 
                Maria Helena, Thereza Cypreste e Teresa Gianelli numa tarde pra lá de agradável!!!
 
Me chamo Maria Helena Coelho Auto. Nasci no dia quatro de fevereiro de 1936 em São Gonçalo. Sou a décima filha de pais que já tinham dois netos.
    Eu era o xodó da família, só que em 1946, perdi a minha mãe querida.Eu tinha 10 anos. Então, tudo ficou mais difícil. Fui uma moça bem triste e a partir de 1957, ficou bem pior porque perdi o meu querido pai.
   Fui trabalhar na fábrica de conservas Coqueiro no ano de 1960, e neste mesmo ano, em nove de julho, me casei. Com quatro dias de casada, meu marido sofreu um acidente no trabalho e ficou quatro dias internado, mas felizmente não foi nada de mais.
    Passamos dois anos e quatro meses felizes, e nesta mesma época fiquei grávida das gêmeas aí sim, passei a ser uma pessoa alegre e feliz e no ano de 1967, minha felicidade dobrou com o nascimento do meu filho.
     Mas, como a vida não é somente alegria,
aos 32 anos de idade, estava deitada ao lado do meu esposo José, ele me abraçou e achou um caroço no seio  esquerdo. Imediatamente, fui procurar um médico. No dia primeiro de outubro, fui operada, a biópsia foi feita na hora e não deu outra... Meu seio foi retirado e foi muito difícil, pois a Medicina ainda era muito atrasada e eu sabia de vários casos e todos não passaram de cinco anos de vida.
    Com dois anos de operada, resolvi tirar todos os meus dentes, porque doíam quando eu comia qualquer coisa quente ou fria. Não coloquei as próteses dentárias porque achei que fosse morrer logo, como acontecia com muitas pessoas que operavam câncer de mama. Eu contava nos dedos, se eu durasse tantos anos, iria deixar os meus filhos com tantos anos, então segurei nas mãos de Deus e do menino Jesus.
                                        Maria Helena seu filho e nora, suas gêmeas e genros   
 
 Eu também não sabia que existia prótese para colocar dentro do sutiã. Quando fiquei sabendo, já estava com 10 anos de operada, uma de minhas sobrinhas me deu uma de presente. Mas ela era de algodão, muito leve. Então  comecei a colocar maiô e ir à praia.
     Um dia, fomos passear em Paquetá, eu, José e as crianças. Estávamos bem pulando dentro d´água quando, de repente, lá se vai a prótese boiando mar a fora. O José muito solícito foi nadando atrás da danada e conseguiu resgatar a prótese fujona para alegria de todos. Na hora foi muito ruim, mas hoje em dia nós rimos dessa história.

Maria Helena e José nas Bodas de Ouro

    Doutra vez cozinhando, queimei o braço no vapor da panela de pressão, quase morri da infecção que deu. Comecei com dor nas costas e o médico na época, me pediu uma cintilografia óssea que acusou doença. Fiz radioterapia e fiquei bem. 11 anos depois, dor na perna, nova radioterapia.
    Essa foi a última vez que eu tive alguma coisa relacionada com a doença. Hoje, aos 77 anos de idade e 45 de operada de um câncer de mama, eu digo a todas as minhas colegas do grupo, que é para segurar na mão de Deus, fazer seu controle da doença certinho e  fazer tudo na vida que tiver vontade. Eu só tenho que agradecer. 
 
                                       As associadas da ADAMA nas Bodas de Ouro do casal
 
 Então depois que entrei para esta maravilhosa associação, a ADAMA, sinto como se tivesse duas famílias maravilhosas.
E é com o carinho da equipe e das colegas que me fortaleço nesta caminhada e dos meus filhos e esposo, enfim, de todos os familiares.
E no mais,

Beijos de Maria Helena

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Assessoria de Imprensa da ADAMA - Associação de Amigos da Mama